sexta-feira, setembro 26, 2008

AS PESSOAS NAS EMPRESAS E AS EMPRESAS NAS PESSOAS

Quando estamos falando de pessoas em empresas, de ética, de comportamento do trabalhador estamos falando de Cultura. A cultura organizacional, ou seja, a cultura das empresas expressa a cultura social que prevalece em uma determinada época. O que se pode perceber na cultura das empresas assim como na cultura das sociedades atualmente é que estamos em um período de transição. Estamos mudando, nossos valores estão mudando e os valores que formam a cultura das empresas também está mudando. O problema é que poucos trabalhadores fazem o exercício de perguntar-se: o que está acontecendo? O que está mudando? Muitos resistem ás mudanças e fazem um esforço imenso para continuar pensando e agindo como pensavam e agiam a 10/20 anos atrás. IMPOSSIVEL. Simplesmente não cabe na organização de trabalho atual idéias de 10 anos atrás. Falando de valores nas empresas e nas sociedades podemos indicar uma mudança forte e bastante presente. Fácil de ser percebida. O trabalho individual não é mais valorizado, pessoas individualistas não são bem vistas nem nas empresas e nem na sociedade. O momento é de COOPERAÇAO, de trabalho coletivo. Quantas vezes você leu em noticiário que pessoas devolveram grandes somas em dinheiro encontradas nos mais diversos locais? Muitos ainda pensam: que cara mais idiota, achou é dele, por que devolver? Mas, um outro grande numero de pessoas parabeniza o comportamento. No programa veiculado no Brasil em que pessoas de alta qualificação são analisadas em capacidade técnica e comportamental fica muito claro a valorização pelo respeito ás pessoas, pela solidariedade, pela capacidade de cooperar. O grande empresário (Roberto Justos) deixa claro em suas análises que, além da competência técnica dos concorrentes o comportamento moral, a capacidade de defender valores, a clareza de conceitos que o candidato apresenta definem seus pontos. Essa é uma questão importante atualmente. Diáriamente pessoas são requisitadas a expressar seus valores, o que pensam acerca de determinado tema social. Nas empresas, pessoas sobem degraus profissionais quando conseguem mostrar valores sólidos. E você, como está nisso? Se você fosse solicitado na empresa, por seu superior hierárquico a dizer o que pensa sobre as questões ambientais, por exemplo, teria uma opinião sua baseada em informações e reflexão próprias, ou sairia repetindo “o que todo mundo diz”? ou pior repetiria o “é difícil!”. Pense nisso!

quarta-feira, setembro 17, 2008

E as empresas querem ética?

O leitor deve perguntar-se, depois de ler aos meus textos anteriores: As empresas querem um comportamento ético por parte do trabalhador? E eu respondo, sim, elas esperam isso. Se você duvida, procure olhar com mais cuidado para as placas colocadas na recepção das grandes empresas, onde se tornam visíveis sua missão e valores. Certamente vais encontrar lá expresso de alguma forma a concepção de ética da empresa. E isso pode ser percebido também se você viajar pelas paginas na internet. Procure as páginas das empresas e vá à missão e valores, lá encontrará. Podes ainda perguntar: Por que isso, o que mudou? O que mudou foi o ser humano, ele aprendeu que, máximas próprias das décadas de 70/80/90 do tipo “cada um por sí e Deus por todos”, “salve-se quem puder”, próprias das acirradas competições por espaço de trabalho e de mercado chegaram a bons resultados de produção, mas, nesse caminho, as pessoas se perderam. Perderam-se valores fundamentais de convivência humana e agora, todos: a família, as empresas, as escolas, as igrejas esforçam-se para colocar na mente e corações de pessoas e trabalhadores, que o importante é a PESSOA. A empresa quer resultados, mas com ética, com respeito, com solidariedade, com moralidade. Não serve mais aquele trabalhador que pensa que, o resultado é o mais importante, não se preocupando com o COMO CHEGAR NELE, não se importando se para chegar aos resultados que pensa que a empresa deseja, passará como um trator pelos colegas de equipe. Hoje, já nas dinâmicas de seleção dos candidatos, faz-se análise do comportamento ético do trabalhador. Cria-se situações em que ele terá que apresentar resultados e ser valorizado por isso, geralmente em trabalho de grupos, pois a habilidade de produção em equipe é fortemente valorizada. Aquele candidato que apresenta bons resultados, mas, sozinho, ou seja, no momento de produzir preocupou-se consigo e em atingir a meta individual e nem olhou para os outros do grupo, geralmente é considerado não apto. Nas seleções já é comum a avaliação do como a pessoa chega ao resultado esperado e não, apenas, se chega a ele. Verificamos que tipo de estratégia foi utilizada. Uma pessoa que tende a usar de artimanhas, de falsas colocações, que promete o que não pode cumprir, que diz que sabe algo que não sabe, para vender um produto ou construir um projeto tende a ser excluída. O movimento é pelo resgate das condições básicas de vida em grupo. Pense nisso!!.

quinta-feira, setembro 04, 2008

A ética do malandro e as relações de trabalho.

Sobre a ética e as negociações políticas nos espaços de relacionamento, vamos pensar juntos os vários códigos éticos que grupos desenvolvem para manterem-se juntos. Todo grupamento humano, para manter-se unido criam determinadas regras. Não existe meio de humanos ficarem juntos sem algum tipo de norma que regulamente as ações. Bobagem acreditar que liberdade é “não ter regras”, liberdade é a condição de escolha das regras que seguiremos. No trabalho, assim como, em casa vamos construindo valores e crenças, moralidades de ação. Isso tudo é a construção da ética. O bandido, o corrupto, têm regras. Com todas essas formas de organizar a convivência, definimos nossa posição (ethos), o que aceitamos ou não. Mas, o que seria a “ética do malandro”? Atualmente percebemos nos ambientes de trabalho, nas relações sociais e até nos relacionamentos amorosos, uma tendência de as pessoas burlarem o que se combinou socialmente. Sabemos o que é certo e errado por que a sociedade através de nossos pais, escola, igreja, amigos e depois, no trabalho, ensinam as regras. Mas, existe um movimento que já ocorre a um tempo do “seja esperto!”. Pois bem, é essa a forma de pensar do malandro. Daquele que, de antemão pretende fazer uso do código marginal. Pessoas que aceitam como certo o respeito ao grupo e ás regras para uma convivência saudável e justa, não defendem a possibilidade de passar por situações que “podem vir a precisar do código do malandro”. Quem usa o argumento de que a sociedade está “desonesta mesmo e quem não age é bobo e não consegue nada”, que “todo mundo faz mesmo e por que você não faria”, todas essas formas de pensar são da ética do malandro. E o malandro está por ai, junto com a gente, no trabalho, em casa, na igreja, no namoro. O malandro pensa assim: “Se posso usar o telefone da empresa para ligações pessoais e não faço alguém vai fazer e eu, babaca, vou perder”. Apenas quem já escolheu e já se permitiu usar formas de agir que não são consideradas morais pelo grupo maior, justifica essa possibilidade defendendo-se com expressões desse tipo. Resta-nos fazer a escolha: sermos “caretas” assumidos ou pensar que o malandro pode ter razão e acreditar que, em algum momento, teremos que usar sua ética. Eu faço sempre o exercício de me posicionar. Perco o negocio, mas, não me perco. O que acontece conosco se todos pensarem como o malandro? Que mundo estamos construindo para nossos filhos? Pense nisso!

Política, ética e relações humanas

Caros leitores, hoje pretendo perguntar mais que responder. Caminhando pelas ruas de Itajaí e Balneário Camboriu levo para casa algumas reflexões e quero compartilhá-las. Sobre a política, a ética e as relações humanas no trabalho. No trabalho, quando contratamos uma pessoa para determinado cargo mediante a promessa de um salário é ético ao final do mês não paga-la? Com nossos colegas de trabalho e com a empresa onde estou há bastante tempo, é ético estar junto diariamente e ao sair pensar, “eu quero mais é que essa empresa se exploda”? É ético ficar á vontade para usar a estrutura da empresa em beneficio pessoal? Se eu tenho liberdade para tirar cópias e existe uma cota que não é usada, é ético eu usar essa quantidade não utilizada pela empresa para copiar meus trabalhos de escola? O termo ética pode ser entendido como: as escolhas que a pessoa faz diante das situações da vida. A posição que toma. Na política vemos situações estranhas também. Há poucos dias li em noticiário na internet que um político americano acusado de abuso sexual de menores no Brasil argumentou que “para a cultura brasileira ter relações sexuais com uma menina de 12 ou 13 anos não é percebido como moralmente errado”. E pensei, o fato de existir meninas vendendo o próprio corpo nas ruas das grandes cidades torna correto usá-las? Entre os casais, o fato de a mulher dizer para seu companheiro que quer acreditar dá a ele o direito de enganá-la? Quer dizer que, se eu afirmo que estou pronta a acreditar, estou autorizando o outro a mentir? Será que todos nós agimos assim? Alguns poderão argumentar que a sociedade atual é assim mesmo, que as pessoas enganam e escolhemos acreditar. Mas, fico pensando, será que o fato de eu me dispor a acreditar nas pessoas as autoriza a enganar-me, a mentir? Quanto aos políticos: o fato de o povo ser simples e sem formação acadêmica, sem capacidade para fazer leituras mais complexas autoriza a que prometam coisas que não pretendem cumprir? Se todos acreditamos que as CPIs vão acabar em pizza, por que não liberamos logo o uso do nosso dinheiro para interesses particulares? Se for assim, por que não dizemos ás nossas crianças que as pessoas não devem ser respeitadas e que se ela tiver oportunidade deve mentir em proveito próprio? Que, aquele brinquedinho do amiguinho que ele gostou, se aparecer oportunidade, ele deve sim, levar para si. Onde iríamos parar fazendo isso? Pensem!