segunda-feira, agosto 24, 2009

O COMPROMISSO DO TRABALHADOR COM A EMPRESA

Pensando a relação empresa – trabalhador e vice-versa é importante ressaltar que o compromisso do trabalhador com o bem-estar da empresa ainda é um comportamento bastante incipiente. Nos momentos em que a garantia do emprego com carteira assinada, benefícios históricos conquistados, possibilidade de carreira em longo prazo na mesma empresa tornam-se fluidos e a concepção de emprego, como uma condição ligada diretamente á empresa muda para a percepção de empregabilidade, ou seja, o trabalhador carrega consigo suas habilidades e conhecimentos e os oferece onde mais valorizam; as relações de compromisso entre trabalhador e empresa devem mudar. Venho chamando a atenção para a forma como o trabalhador estabelece compromisso com a empresa por que percebo que, o trabalhador, nos momentos de crise, tende a defender seus interesses em detrimento dos interesses da empresa. É como se, um pudesse existir separado da outra. A visão do trabalhador é que é possível ficar bem sem a empresa e isso está absolutamente errado. Assim como os gestores pensarem que é possível ficar bem sem o trabalhador. Foi-se o tempo em que os termos de negociação era assim: “ se você não quer , muitos querem”. Para empresas responsáveis, bem estruturadas, com políticas de pessoal definidas, e com desejo de sucesso, isso não funciona. Mas, ainda ouvimos isso tanto de gestores quanto de trabalhadores. É importante pensar: que tipo de empresa ainda reforça essa crença e também, no perfil do trabalhador que a aceita? O gestor que acredita que pode trocar a qualquer momento de empregado, por que a oferta de “mão-de-obra” é grande, está olhando para sua empresa como as do começo da era industrial, ou seja, essa empresa não evoluiu em sua cultura e nem em sua forma de gerir a produção. Esse gestor não tem consciência dos custos e ônus implicados na alta rotatividade. O trabalhador que acredita nessa forma de negociar a relação de trabalho também não evoluiu da sua condição operaria e pouco tem para agregar valor a si mesmo, pouco tendo, portanto, para negociar. Quando aponto para empresas e trabalhadores com mentalidade operária é disso que estou falando: de gestores e trabalhadores que não têm compromisso com a empresa e não se preocupam em melhorar e evoluir juntos numa relação ganha-ganha. Empresas que crescem e são bem-sucedidas hoje, são empresas que valorizam seu pessoal. Trabalhador bem sucedido hoje é aquele que aprendeu a ceder um pouco pensando no bem-estar de sua empresa. Isso é compromisso. Pensem nisso!

domingo, agosto 09, 2009

A CULTURA DA EMPRESA E A CULTURA DO TRABALHADOR

Existe, geralmente, grande diferença entre a cultura das empresas e a cultura do trabalhador que começa. Tanto em níveis operacionais de produção quanto em níveis de alta direção, quando um empregado começa na empresa ele precisa de um tempo para entender os códigos e valores do grupo mais antigo. Um fator importante a observar nesse processo é a questão da adequação dos valores e expectativas do empregado aos valores e expectativas da empresa. Nas sociedades em que a base de trabalho é a produção operária e pessoal de reduzido capital intelectual, as necessidades imediatas ditam a forma como o trabalhador vai perceber a empresa e relacionar-se com ela e ainda, a condição que a empresa oferece para que esse trabalhador tenha atendidas as suas necessidades. Assim, quando falamos em cultura organizacional devemos lembrar o nível de evolução tecnológica e intelectual das empresas. Quanto mais desenvolvida tecnológica e intelectualmente é a empresa maior a complexidade dos processos produtivos e melhor a resposta do trabalhador aos seus valores. Podemos falar aqui de seleção natural, no sentido de que, um trabalhador que não reúne as habilidades necessárias ao trabalho mais complexo tende a retirar-se da empresa por não conseguir acompanhá-la ou a ser excluído pelo mesmo motivo. Estamos falando de expectativas, valor agregado, capital intelectual entre empresas e empregados. Pensando sobre a necessidade das empresas evoluírem para melhores produtos, atendimento e, portanto, pessoal para manter-se no mercado de consumo, entendemos os fatores que levam ao aumento da exigência por qualificação e ainda, ao desaparecimento de algumas empresas que não atendem essa exigência. Fala-se muito em crise econômica mundial no momento. Mas as empresas que estão fechando suas portas não são aquelas de produção complexa com pessoal altamente qualificado. Algo que está claro na dinâmica de enxugamento do quadro de pessoal nas empresas que sentem a necessidade de ajustar-se ás novas demandas e aos novos clientes é o fato de que, as empresas não dispensam trabalhadores com habilidades para auxiliá-la no processo de crescimento ou consolidação de mercado. Empresas dispensam pessoas que simplesmente tiram e nada oferecem. Tiram o salário, os benefícios, o status, o trabalho, as garantias, mas, não oferecem conhecimento, inovação, criatividade, ousadia, aumento de produção e lucros. Pensem nisso!