sexta-feira, outubro 28, 2011

MULHER E TRABALHO: liderança natural?

Em uma de suas ultimas publicações Howard Gardner (2007) trata dos cinco tipos de mentes melhor preparadas para o futuro. Aponta que, mentes disciplinadas, sintetizadoras, criadoras, respeitosas e éticas são aquelas que estão melhor preparadas para os desafios do mundo para futuro, ou seja, as mais aptas ao ambiente de relação e trabalho que se apresenta agora e para o amanha. Pensando sobre as características dessas mentes e suas relações com a mente feminina percebo que, mulheres apresentam, desde sempre, potencial para eficácia nesse setor. Costumo usar a realidade doméstica, espaço considerado feminino para apontar potencialidades de liderança á mulheres trabalhadoras. Vejamos: costuma-se dizer que a mulher não está preparada para a liderança no trabalho por que não sabe lidar com números e seus efeitos, mas, mães e donas-de-casa cedo aprendem a gerenciar pouco recurso e gente insatisfeita. Gerenciar baixos salários e fantasias infantis em tempos de crise é coisa para ótimas gestoras financeiras. Mães e donas-de-casa aprendem cedo a usar criatividade para preparar uma ótima refeição com pouco dinheiro, ou fazer com que a roupa simples transforme-se em peça fashion ás adolescentes. Mães e donas-de-casa cedo aprendem que a disciplina facilita a organização da casa, a gestão dos conflitos, a gestão das compras e do consumo. Aprendem também e ainda ensinam com maestria que respeito e ética são fundamentais á vida em sociedade. Mães aprendem a respeitar outras mães e a valorizar seus esforços, aprendem a respeitar as diferenças muito cedo. Disciplinam-se para a adaptação constante em ambientes adversos. Quanto á ética penso que, ela é mais forte nas mulheres e ainda, que a ética nas mulheres é sempre mais voltada ao coletivo que nos homens. Mulheres nascem em ambiente onde são educadas para o cuidado dos outros, para repartir, compartilhar, renunciar, negociar. Mulheres nascem em ambientes em que devem aprender a comprar, pechinchar, representar, racionalizar. Para viver bem e constituir família a maioria das mulheres de nosso país têm que ser muito criativas e disciplinadas. Fazer segunda, terceira jornadas e ainda conseguir ser amante, amiga, colega de trabalho exige criatividade, disciplina, síntese. Então, de onde veio essa idéia de que mulheres não estão aptas á liderança no trabalho? Quem inventou essa estória que mulheres não conseguem cuidar, gerenciar a vida de outras pessoas? A vida da maioria dos homens começa sob os cuidados de UMA gerente. Pensem nisso!

quarta-feira, outubro 26, 2011

A LIDERANÇA FEMININA E O MERCADO DE TRABALHO

Estudos sobre esse tema pretendem discutir e identificar as peculiaridades da liderança na mulher. A mulher, historicamente desvalorizada em sua capacidade para o comando no trabalho passa, neste século XXI, a ser valorizada por atuar no controle de equipes imprimindo uma nova marca. Características femininas de empatia, ética coletiva, organização, habilidade para expor-se emocionalmente e ouvir aos outros, autoconsciência, automotivação, afetividade, dentre outros, levam a mulher a conquistar cargos de liderança e transformar a percepção de empresas e trabalhadores quanto á sua competência na liderança. A transformação da cultura também ocorre através das mudanças nos valores e crenças das organizações. Desde a segunda guerra mundial, quando mulheres foram chamadas ao trabalho fora de casa para manter a economia e a própria logística da guerra nas grandes economias da época, que a mulher descobre-se em condições de trabalhar e conquistar outros espaços. Até que a mulher fosse necessária nas indústrias seu ambiente era doméstico e sua imagem associada á família, lares bem decorados repletos de eletrodomésticos recém-inventados que elas ajudavam a consumir. Nas agruras da guerra o cenário transforma-se e também a percepção feminina acerca das próprias competências. Desde então, muita coisa aconteceu, lutas ideológicas e tentativas mal-sucedidas por manter a mulher no restrito universo doméstico. Outra mudança no pós-guerra foi a excassez da riqueza e do poder de compra, tanto nos países que ganharam quanto nos que perderam a grande guerra. Esse fator manteve mulheres no cenário industrial porque sozinhos os homens também não conseguiam equilibrar a economia. Fato é que, a mulher descobriu-se em condições de trabalhar fora do lar, percebeu que as crenças em sua incapacidade não passavam de tentativas de controle social masculino. Lutando por respeito mulheres conquistam leis de proteção contra a violência, conhecimento acadêmico, trabalhos melhor qualificados. Hoje são valorizadas no controle de equipes por seu jeito de ser. Elas não querem “tomar” espaço de ninguém, tampouco “invadir” ou “ocupar”, elas vêm participar, pois, possuem competências para tanto e podem contribuir. No cenário mundial de bioética e sustentabilidade, nas exigências por vínculos organizacionais fortalecidos pelo sentimento de identidade e pertença, mulheres demonstram melhores habilidades para promover coesão e interdependência. Afinal, culturalmente, ela está melhor preparada, exatamente pelo ambiente educacional em que esteve inserida, para liderar grupos e pensar coletivamente. Pensem nisso!

quarta-feira, outubro 05, 2011

EVOLUINDO DE GRUPO PARA EQUIPE DE TRABALHO

É comum no meio empresarial os lideres falarem de suas “equipes” de trabalho. Parece muito simples e de acordo coletivo o entendimento de que todo chefe tenha equipe de trabalho. Isso é um engano muito comum. Vamos tentar demonstrar isso. A primeira referencia a ser feita e que já provoco acima é a compreensão de que todo chefe pode ser chamado de líder. Isso é incorreto. Assim como um grupo de trabalhadores não é necessariamente, uma equipe de trabalho. Um grupo de trabalho é um grupamento de pessoas que trabalham juntas e desenvolvem uma relação de dependência com os colegas, com a empresa e com os resultados. Uma equipe de trabalho é um grupo de pessoas que desenvolveu com o tempo uma relação de interdependência e confiança que leva cada integrante a comprometer-se emocionalmente com a empresa, os colegas e os resultados. A liderança é delegada a chefia é outorgada. Na ação da chefia não necessariamente está implícita a relação de confiança, ao contrario, em algumas situações apenas a dependência mantém a relação e por esta não ser pautada pela confiança mutua, as ameaças implícitas, as relações de poder, o status acabam por comprometer os resultados e a empresa. Um compromisso de envolvimento emocional com a empresa significa colocar acima dos interesses pessoais, tanto do trabalhador quanto do chefe, os interesses da empresa. A interdependência implica que o trabalhador se esforçará para realizar os objetivos da empresa, mesmo que isso custe abrir mão de interesses individuais momentâneos. Existe uma percepção de que a renuncia momentânea implica em ganhos maiores de futuro e que esses ganhos serão coletivos. Uma coisa é o trabalhador sentir-se dependente do emprego e da empresa, isso significa que ele precisa do emprego para atender necessidades básicas e que, só por isso, respeita e obedece a seu chefe. Outra coisa é o trabalhador acreditar que faz parte de uma missão maior que é importante para ele, mas, também, para seus colegas e, ainda mais, que existe uma pessoa a quem se respeita como profissional e pessoa, que assume a função delegada, de coordenar as práticas em busca dos resultados. Ser interdependente significa acreditar que os interesses, objetivos e realizações são comuns ao grupo. Ser dependente significa fazer o que é preciso para resolver uma necessidade individual. Um grupo precisa de tempo para evoluir e ser uma equipe. Não basta chamá-la assim é preciso transformar percepções e práticas. Pensem nisso!