sexta-feira, junho 12, 2009

VAMOS FAZER COMPROMISSO COM AS EMPRESAS?

Ultimamente tenho conversado muito com alunos e trabalhadores acerca da condição atual de relacionamento com as empresas. Uma coisa que percebo manter-se nos discursos e que, para mim, tem som de tambor primitivo a martelar nas mesmas notas, é a posição do trabalhador com relação ás suas empresas. Continuamos pensando que a obrigação de garantir conhecimento, trabalho, desenvolvimento, crescimento, é da empresa. São raras as situações ou conversas em que escuto um trabalhador colocando-se na primeira pessoa e chamando para si o compromisso de contribuir com a empresa. Fico sempre a pensar nos fatores que motivam esse comportamento. Sempre escuto nos discursos a repetição de frases como: a sociedade faz isso, o governo faz aquilo, as empresas fazem assim, os patrões fazem assado. Mas, raramente percebo um compromisso do trabalhador por devolver á empresa aquilo que ela investe. Quando levanto a questão entre a empresa que cuida do treinamento, que auxilia na formação acadêmica, que pensa em políticas de pessoal mais humanizadoras e que espera uma resposta diferente e compativel do trabalhador, percebo nas faces um risinho expressões assim: “mas, tem que ser”, “mas, eles dão isso e não fazem aquilo”, “mas, é difícil”, “mas, é complicado”. Percebo que os trabalhadores, em sua maioria, em cidades e empresas pequenas e médias, em cargos de nível médio, ainda acreditam que a empresa é quem deve “cuidar” dele, dar-lhe todas as garantias e ele, o trabalhador deve como retorno apenas, “fazer o que é necessário”. O Brasil enfrenta um grande desafio atualmente: globalizar-se no âmbito do profissional. Temos tecnologias, economia, recursos, mas, não temos profissionais com conhecimento e mentalidades globalizados. Os trabalhadores continuam agindo conforme o modelo clássico de administração. Dizem que não gostam do modelo de gerente capataz, que ficam o tempo todo vigiando e exigindo resultado. O chamado modelo X de administração, mas, se a empresa faz movimentos de deixá-lo livre a responsabilizar-se por sua produção de forma a fazer o melhor, ele não faz. Ele faz o necessário. E assim, o país não sai de um patamar mediano de qualidade profissional. Temos todo o necessário para crescer e apresentarmo-nos mundialmente de uma maneira mais desenvolvida, caso nosso trabalhador consiga olhar para si mesmo e para sua produção e conseguir comprometer-se com a empresa no sentido de desejar crescer, para que ela cresça. O capital do conhecimento é de cada um. Pense nisso!

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