sexta-feira, dezembro 11, 2009

O CERTO E O ERRADO NOSSO, DE CADA DIA

Pensando e assistindo a noticiários que apresentam cenas de políticos, pessoas em quem confiamos para trabalhar pelo bem coletivo, aceitando propina. Pessoas que se apresentaram como confiáveis, que usaram o manto da honestidade e da justiça para convencer outras pessoas de que seriam parceiros na defesa de interesses coletivos e na busca de melhoria social, como educadora perco-me em divagações. Quando meu filho tinha 11 anos eu vivi uma crise enquanto mãe e cidadã: em minha cidade fui criada com a seguinte orientação: indo para a escola a pé, minha mãe dizia - se alguém mexer com você e sentires medo olhe em volta e chame o primeiro policial que ver. Quando meu filho estava começando a aventurar-se para mais distante da casa, como todo menino, querendo espaço, meu sofrimento era não poder dizer a ele o que minha mãe me dizia por que, era mais arriscado procurar ajuda com policiais que enfrentar os bandidos. Isso por que os bandidos se mostravam como tais. O risco por agressão física ou roubo estava claro quando um bandido se aproximava. Já com o policial não acontecia assim. Meu filho corria maior risco de agressão e roubo com o policial, por que esse, revestido da autoridade conferida pela sociedade de ser o protetor do cidadão, na maioria das vezes mostrava-se mais bandido que o bandido. Meu filho aprendeu nas ruas a negociar com os bandidos e a afastar-se de alguns policiais. Sobrevivemos. Hoje, pensando sobre experiências cotidianas em sala de aula, nas pracinhas da cidade, assistindo a noticiários pergunto-me: O que fazer com essa sociedade doente que não percebe que está doente? O que fazer com pais que mostram a seus filhos como mentir e justificar erros para fugirem da punição enganando as pessoas que mais confiam neles? Os números de contaminação pelo HIV mostram que é dentro de casa que a mentira mais mata. Os índices de violência sexual a crianças mostram que é dentro de casa e com aqueles que deviam proteger que o abuso acontece. Os números mostram que é na casa das leis que o desrespeito á elas mais acontece. Onde iremos com isso? Que tipo de sociedade estamos produzindo para nossos filhos? Será que odiamos inconscientemente nossos filhos a ponto de produzir bombas de efeito retardado para eliminá-los? Será que é do governo a função de moralizar a sociedade ou somos nós, pessoas, quem devemos moralizar o nosso governo? Será que é injusto alguém revoltar-se quando é traído? O que é certo? Pensem nisso!

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