domingo, dezembro 27, 2009

NOSSAS ESCOLHAS E SEUS EFEITOS NO COLETIVO

O tempo todo fazemos escolhas. Em alguns momentos a condição de escolher é serena e as opções agradáveis, em outros a escolha provoca angústia e as opções não são as melhores. O sofrimento tende a aparecer nos momentos de angustia em que a escolha precisa ser feita a partir das opções menos ruins. Tanto empresas quanto trabalhadores fazem escolhas e suas escolhas, mesmo que aparentemente sem conexão, sempre levará a efeitos coletivos. Vivemos em sociedade e coletivamente. Assim, a escolha mais simples, a escolha menos angustiada levará outra pessoa ou empresa á necessidade de também escolher. Uma decisão é sempre coletiva. É assim há muito tempo, mas, a pouco apenas se percebe essa conexão e ainda, poucos são os que a percebem. O ser humano vive e trabalha em grupo, assim, se uma empresa escolhe premiar ou punir, contratar ou demitir, manter o salário ou aumentá-lo, determinará outras ações nos trabalhadores que se estenderá para suas famílias, para a escola dos filhos, para o mercado onde compram, para a comunidade onde moram, para os serviços que usam. Existe uma corrente de causa e efeito que nos une e nos leva a fazer escolhas. Um estudioso da física quântica chamou a isso de rede. Existem muitos nomes dados por estudiosos ao fenômeno: teoria das cordas, da teia, das redes, multiconexões. Todos esses nomes servem para explicar algo que é muito simples e pode ser percebido por qualquer um de nós. O planeta é redondo, tem 70% de sua superfície em forma liquida. Nossos rios e mares compõem uma teia maravilhosa que nos liga, assim como, em nosso corpo cada veia e artéria liga nossos órgãos alimentando-os. O planeta pulsa como nosso sangue e na mesma sintonia. Quando jogamos uma sacola plástica ela acabará chegando a um rio e, em um planeta redondo, um dia, ela pode entupir a tubulação de nossa casa ou rua. Se um representante político decide priorizar a produção de riqueza sem cuidar da preservação da natureza toda uma sociedade sofrerá os efeitos. Mas, nenhum de nós pode dizer-se inocente em países que usam o voto para decidir o que é melhor para si. É época de pensar sobre a teia da vida, essas pequenas conexões que ligam todos nós a uma única vida. É tempo de tentar perceber os efeitos de nossas atitudes para além de nós e planejar mudanças se esperamos transformar para melhor a nossa e a vida dos nossos. É tempo de assumir o “a todos de acordo com suas obras”. Festejem e pensem: há outros junto de nós. Feliz 2010!

sexta-feira, dezembro 11, 2009

O CERTO E O ERRADO NOSSO, DE CADA DIA

Pensando e assistindo a noticiários que apresentam cenas de políticos, pessoas em quem confiamos para trabalhar pelo bem coletivo, aceitando propina. Pessoas que se apresentaram como confiáveis, que usaram o manto da honestidade e da justiça para convencer outras pessoas de que seriam parceiros na defesa de interesses coletivos e na busca de melhoria social, como educadora perco-me em divagações. Quando meu filho tinha 11 anos eu vivi uma crise enquanto mãe e cidadã: em minha cidade fui criada com a seguinte orientação: indo para a escola a pé, minha mãe dizia - se alguém mexer com você e sentires medo olhe em volta e chame o primeiro policial que ver. Quando meu filho estava começando a aventurar-se para mais distante da casa, como todo menino, querendo espaço, meu sofrimento era não poder dizer a ele o que minha mãe me dizia por que, era mais arriscado procurar ajuda com policiais que enfrentar os bandidos. Isso por que os bandidos se mostravam como tais. O risco por agressão física ou roubo estava claro quando um bandido se aproximava. Já com o policial não acontecia assim. Meu filho corria maior risco de agressão e roubo com o policial, por que esse, revestido da autoridade conferida pela sociedade de ser o protetor do cidadão, na maioria das vezes mostrava-se mais bandido que o bandido. Meu filho aprendeu nas ruas a negociar com os bandidos e a afastar-se de alguns policiais. Sobrevivemos. Hoje, pensando sobre experiências cotidianas em sala de aula, nas pracinhas da cidade, assistindo a noticiários pergunto-me: O que fazer com essa sociedade doente que não percebe que está doente? O que fazer com pais que mostram a seus filhos como mentir e justificar erros para fugirem da punição enganando as pessoas que mais confiam neles? Os números de contaminação pelo HIV mostram que é dentro de casa que a mentira mais mata. Os índices de violência sexual a crianças mostram que é dentro de casa e com aqueles que deviam proteger que o abuso acontece. Os números mostram que é na casa das leis que o desrespeito á elas mais acontece. Onde iremos com isso? Que tipo de sociedade estamos produzindo para nossos filhos? Será que odiamos inconscientemente nossos filhos a ponto de produzir bombas de efeito retardado para eliminá-los? Será que é do governo a função de moralizar a sociedade ou somos nós, pessoas, quem devemos moralizar o nosso governo? Será que é injusto alguém revoltar-se quando é traído? O que é certo? Pensem nisso!

quinta-feira, dezembro 03, 2009

A ÉTICA DOS QUE ERRAM E AS REGRAS SOCIAIS E DO TRABALHO

Essa semana vivenciei algumas situações interessantes que me fizeram pensar sobre os valores morais das pessoas e a organização social e do trabalho. As pessoas no trabalho e na sociedade atual tendem a perceber as situações de vida sempre, de modo a justificar suas ações sem pensar muito nos efeitos dessas ações em relação ao coletivo. Lendo reportagens publicadas nesse mês na Isto É e Época, principalmente a que relata a história do conhecido Marcóla, publicada na Isto É pensei que, nossa sociedade precisa urgente de um movimento interno pela ética coletiva e não apenas, pela ética individual. Nas empresas os empregados tendem a referenciar seus problemas sempre a partir do empregador. Se forem demitidos ou incorrem em erros não pensam sobre seu erro ou sobre os efeitos dele para o coletivo. Querem que a empresa e a sociedade entendam que o erro tem justificativa. Mas, se pensarmos assim, enquanto sociedade estamos nos colocando em sério risco. Se todos nos tivermos justificativas aceitas para o crime como ficará a organização social? Certamente que alguém como o Marcóla tem justificativa para o fato de cometer crimes. Todos que erram sempre tem explicação. Mas, qual a função do ser humano organizado em sociedade? Por que criamos Leis? Obviamente que é para tentar evitar que indivíduos coloquem em risco o grupamento social. Certamente que é para evitar que uma pessoa tenha permissão para errar e prejudicar ao grupo. Se não fosse assim, para que criar leis? Se não aprendemos a respeitar leis, como viver e produzir. As leis servem para organizar a vida em grupo e os grupos tanto são humanos quanto de empresas. As empresas incorrem em ilegalidades e tanto os trabalhadores quanto a sociedade julgam e querem, esperam que a punição aconteça. Mas, quando nós, indivíduos cometemos erros legais queremos ser compreendidos. É interessante refletir acerca das formas como nós conseguimos manter as cidades, as empresas, as famílias. Já pensaram, meus leitores, em como seria a nossa vida se não houvesse leis criadas por nós e obedecidas por nós? Já tive oportunidade de fazer essa discussão aqui, com vocês. Mas, o assunto é sempre renovado toda vez que acontece algo que nos remete a essa reflexão. As empresas sonegam impostos, sonegam qualidade em seus produtos, sonegam informações e nós julgamos isso errado, mas, e as pessoas, o que fazem? Empresas, sem pessoas, não passam de portas e paredes. Pensem nisso!