sexta-feira, junho 10, 2011

O PENSAMENTO COMPLEXO E A EVOLUÇÃO PROFISSIONAL

“O grande desafio da humanidade é pensar a complexidade. As mudanças desordenadas, os riscos e as incertezas provocadas pelo processo de globalização caracterizam uma realidade complexa. Mas, para entender o pensamento complexo é necessário compreender o ato de pensar. Pensar é uma atividade especifica do ser humano. Pensar é elaborar representações mentais, de organizá-las e reorganizá-las, transformando-as em novas representações. Os seres humanos tendem a selecionar aspectos do que pensam ser a realidade formando representação mental e criando assim, sua própria imagem da realidade” (Aguiar, Maria Aparecida). A autora fala da teoria do pensamento complexo de Edgar Morin. Nossa cultura habituou-se a pensar em termos de dualidade com base nas idéias de Descartes, filósofo que influenciou o pensamento ocidental acerca da ciência e da religião. Temos a tendência em separar as coisas em duas únicas partes: certo e errado, bom e ruim, bem e mal, amor e ódio, e assim por diante. Essa tendência é própria da simplificação do pensamento. Ela criou uma estrutura social, política e econômica que ainda interfere em nossa vivencia, apesar de estarmos no século XXI. Isso por que, os seres humanos, de modo geral, foram treinados, adestrados, condicionados a pensar simplificando a vida. Se partirmos do principio que essa forma de conduzir a representação mental humana determina as relações de trabalho vamos entender algumas expressões comuns que, ainda hoje, são amplamente repetidas para destacar a hierarquia de poder, do tipo: “você é pago para fazer, não para pensar”, faz o que mando e deixe que eu penso”, a teoria é muito bonita, mas, a prática é outra”. Reduzir o humano à trabalho sem significado é simplificar. Reduzir suas necessidades a salário é simplificar, reduzir seus prazeres jogos, bebida e compras é simplificar. Eliminar alguns elementos da realidade deturpa a própria realidade e gera conclusões equivocadas. Ninguém é apenas bom ou apenas mal, mocinho ou bandido, Deus ou diabo. Somos nuance, somos complexos. O sistema de trabalho tende a simplificar-se e ao trabalhador racionalizando a divisão de tarefas e departamentalizando as relações. A dimensão psicológica e emocional da ação e do pensar humano deve inserir-se nas práticas produtivas, sob pena de não evoluirmos em processos e produtos que atendam á demandas de sociedades mais desenvolvidas. Sob pena de nos transformarmos em mão-de-obra barata para grandes conglomerados. Pensem nisso!

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