segunda-feira, julho 14, 2008

O Feminino no Trabalho - a magia da Ovulação

Ovular, mágica que nos produz sensações diversas. Alegrias e tristezas se misturam. Só uma fêmea para sentir, por isso humana. Humana também a condição de pensar e escrever sobre isso. Esses momentos, incompreendidos pelos machos da espécie, nos promovem sensações estranhadas até por nós. Uma alegria intima pela conexão universal de deter o poder de criar, eternizar. Mas, uma tristeza estranha pela perda. A fêmea humana o tempo todo precisa lidar com a despedida, a perda. Nosso óvulo se vai... Caminha por túneis, receptáculos de vida a espera de manifestação que nos nutra, nos faça vida e nos auxilie a fazer vida. Quando o encontro acontece a natureza universal se rejubila. Não importa a condição externa, social desse encontro. Para a natureza é sempre festejo. Mas, quando o nosso "pequeno sol" viaja pela trilha da vida e não é nutrido termina seu caminho numa expulsão sangrenta que retrata a dor, a despedida. O sentimento de aceitação pelo que não pode ser.. Por isso ficamos tão melancólicas e choronas nesse período. Estamos nos despedindo de algo que somente fêmeas podem entender. Dizemos adeus á potencialidade de vida, de amorização, de eternidade...

Ovular, mágica UNIversal que nos mantém, enquanto fêmeas, ligadas ao movimento cósmico. Dentro de nós, acolhido em receptáculo divino, pequenas esferas, como as estrelas de luz, como o planeta, a GAYA, como a mônada, inacreditável em si...pulsante de desejo pelo que poder vir a ser.

Ovular, mágica, magia de vida. Momentos repetidos mensalmente que nos fazem reviver a alegria da criação e da criatura e a tristeza do adeus. Fêmeas humanas aprendem muito cedo a possuir o poder da vida e a constantemente despedir-se dele. Condição única que nos ajuda a compreender os movimentos da natureza, respeita-los. Liga-nos a todas as outras fêmeas do UNIverso numa rede de amorização que macho algum consegue alcançar.

Mas, na tentativa de acompanhar as exigências do mundo da produção de riquezas, imitamos o comportamento dos machos e nos masculinizamos na forma de perceber a vida e de nos relacionarmos com nossa essência e, de repente, começamos a perder a natureza amorosa da criação. Temos ímpetos de raiva pelo corpo que se manifesta na sua condição de criador. Agimos como machos em busca da perpetuação de seus genes, individualistas em sua essência. Começamos a interromper, impedir a viagem mágica. Começamos a impedir a vida, a matar a vida, a deixa-la abandonada em locais estranhos, como dejetos mal-vindos.

Colocamos em risco a criação, equivocadas em nossas propostas. Colocamos em risco o UNIverso e assim, colocamos em risco a todos nós, machos e fêmeas, a espécie. Confusas em nosso lugar, perdidas em meio ao mercado, mercadoria...não cria, se cria, como produto a ser consumido. Distante, muito distante, de nossa essência amorosa....

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