quinta-feira, setembro 04, 2008

A ética do malandro e as relações de trabalho.

Sobre a ética e as negociações políticas nos espaços de relacionamento, vamos pensar juntos os vários códigos éticos que grupos desenvolvem para manterem-se juntos. Todo grupamento humano, para manter-se unido criam determinadas regras. Não existe meio de humanos ficarem juntos sem algum tipo de norma que regulamente as ações. Bobagem acreditar que liberdade é “não ter regras”, liberdade é a condição de escolha das regras que seguiremos. No trabalho, assim como, em casa vamos construindo valores e crenças, moralidades de ação. Isso tudo é a construção da ética. O bandido, o corrupto, têm regras. Com todas essas formas de organizar a convivência, definimos nossa posição (ethos), o que aceitamos ou não. Mas, o que seria a “ética do malandro”? Atualmente percebemos nos ambientes de trabalho, nas relações sociais e até nos relacionamentos amorosos, uma tendência de as pessoas burlarem o que se combinou socialmente. Sabemos o que é certo e errado por que a sociedade através de nossos pais, escola, igreja, amigos e depois, no trabalho, ensinam as regras. Mas, existe um movimento que já ocorre a um tempo do “seja esperto!”. Pois bem, é essa a forma de pensar do malandro. Daquele que, de antemão pretende fazer uso do código marginal. Pessoas que aceitam como certo o respeito ao grupo e ás regras para uma convivência saudável e justa, não defendem a possibilidade de passar por situações que “podem vir a precisar do código do malandro”. Quem usa o argumento de que a sociedade está “desonesta mesmo e quem não age é bobo e não consegue nada”, que “todo mundo faz mesmo e por que você não faria”, todas essas formas de pensar são da ética do malandro. E o malandro está por ai, junto com a gente, no trabalho, em casa, na igreja, no namoro. O malandro pensa assim: “Se posso usar o telefone da empresa para ligações pessoais e não faço alguém vai fazer e eu, babaca, vou perder”. Apenas quem já escolheu e já se permitiu usar formas de agir que não são consideradas morais pelo grupo maior, justifica essa possibilidade defendendo-se com expressões desse tipo. Resta-nos fazer a escolha: sermos “caretas” assumidos ou pensar que o malandro pode ter razão e acreditar que, em algum momento, teremos que usar sua ética. Eu faço sempre o exercício de me posicionar. Perco o negocio, mas, não me perco. O que acontece conosco se todos pensarem como o malandro? Que mundo estamos construindo para nossos filhos? Pense nisso!

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