sexta-feira, julho 31, 2009

SOBRE CULTURA E COMPORTAMENTO EMPRESARIAL

O que compõe a cultura empresarial? Os valores e crenças e o tipo de relacionamento entre gestores e trabalhadores. Em uma região com forte produção industrial e fraca estrutura de serviços que não valoriza conhecimento, a cultura é muito ligada á produção operacional, o que se costuma chamar de “chão de fabrica”, ou seja: a visão do trabalho e do trabalhador pouco qualificado. As empresas locais ainda não incorporaram a visão da valorização do talento humano e capital intelectual nas relações que estabelecem com seu pessoal. E os trabalhadores ainda não assumiram a responsabilidade por aprender mais. O Trabalhador espera que a empresa assuma a responsabilidade por sua qualificação garantindo cursos e treinamento. Ele ainda não entendeu que o conhecimento é seu capital na negociação por melhores condições, portanto, sua responsabilidade. Assim, permanece na relação o modelo explorador de gestão. Cria-se um circulo vicioso. Nem empresa e nem trabalhador crescem e a região mantém-se medianamente desenvolvida fornecendo mão-de-obra ás grandes corporações que para cá vêem em busca de trabalho operacional-administrativo aliado a baixos salários. Se o trabalhador não se compromete com seu desenvolvimento, as empresas locais, que não podem captar pessoas melhor qualificadas, de outros estados, não desenvolvem. O trabalhador que garante o emprego, exige o salário, mas, não procura aprender, explora a empresa e não acrescenta nada a ela. Já a empresa que não valoriza o trabalhador e não lhe garante oportunidade de aplicação de seus novos conhecimentos também não desenvolve, explorando sua mão-de-obra pelo baixo salário. Se, o que procuramos é “mão-de-obra” barata quando a necessidade atual é por mentes criativas e inovadoras e conhecimento em crescente escala e, se não mudamos a postura dos gestores, no sentido de valorizar conhecimento permitindo espaços de expansão ao trabalhador, não alcançaremos novos e melhores patamares produtivos. Assim, começamos a perceber empresas locais fechando suas portas e deixando trabalhadores sem emprego por ambos não conseguiram acompanhar as novas exigências do mercado. As comunidades locais sofrem e ficam reféns da exploração pelas grandes organizações multinacionais ou grandes corporações nacionais. Resultado: perdemos todos e nossas cidades continuam como fornecedoras de mão-de-obra barata e desqualificada. Aqui ou no Japão a história é a mesma. Pensem nisso!

Nenhum comentário: