terça-feira, agosto 30, 2011

A INTELIGENCIA COMO PRODUTO NO MERCADO

Publicações da semana (15.08.11)sobre as áreas onde estão os melhores empregos no país apontam para: petróleo e gás, inteligência para empresas, varejo popular, centros de pesquisa, serviços para agronegócios, sustentabilidade, construção civil e infraestrutura. Interessante perceber que, pela primeira vez no país o segmento da pesquisa e Inteligência destacam-se como importantes para o mercado. Finalmente aparece claramente nas escalas de valor de mercado o conhecimento e a condição de, através de pesquisa pessoas conseguirem melhores colocações no trabalho. O desafio que percebemos a algum tempo exigindo de organismos de regulação do conhecimento passa a ser também reconhecido pelo mercado produtivo. Há muito que o conselho nacional de pesquisa abre editais para inovação e criatividade em segmentos do conhecimento que ofereçam melhorias para as áreas da sustentabilidade, petróleo e gás, nanotecnologia, construção civil, mas, isso nunca havia aparecido como valor de mercado em revistas como Isto É dinheiro, Época, Veja. Quando se torna público que a área de inteligência é promissora, em matéria de oferta de empregos, isso direciona os jovens estudantes a buscarem oportunidades. Precisamos de mais pesquisadores no país. Necessitamos urgentemente de cérebros pensantes em condições de criar meios coletivos de produção de riqueza e vida em sociedade. Pensar melhores formas de organizar o transito, o uso de matérias-primas não renováveis, a água, o uso das florestas, os espaços urbanos, as moradias sustentáveis exige um enorme contingente de pessoas, realidade que ainda não temos. Mas, em meio a esse cenário promissor para aqueles que já se envolvem com a pesquisa e com o conhecimento percebo uma triste realidade: nossos jovens estudantes foram adestrados a não pensar, a não perguntar Por Que? e sim Como? Nossos jovens tendem a desejar respostas rápidas para necessidades imediatas. Conhecimento exige tempo, estudo, observação, questionamentos, reflexão. A expressão – inteligência – usada nas publicações indica conhecimentos e experiências que levem á solução de problemas que as cidades enfrentam. Necessitamos romper com um modelo de formação escolar que coloca o professor como centro do processo de aprendizagem e o aluno como simples receptor. Paulo Freire falou da educação emancipadora. Ele lançou a semente e nós, até hoje, não regamos essa planta. Agora temos pressa. Creio que, o processo só vai acelerar quando os donos da riqueza, das industrias, da produção entenderem que, para continuar e enriquecer deverão valorizar a mente pensante e não, apenas, a mão-de-obra. Pensem nisso!

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