quinta-feira, agosto 04, 2011

A RIQUEZA NAS EMPRESAS FAMILIARES

A revista HSM Management, periódico importante na área da gestão empresarial traz, nesse bimestre, um artigo interessante de autoria de John Davis acerca das leis naturais de extinção ou permanência das empresas familiares. O autor aponta 5 leis importantes, dessas, uma chama a minha atenção por que se alinha com minhas percepções e estudos sobre o tema sucessão em empresas familiares. É a questão do estilo de vida dos membros de segunda e terceira gerações de negócios familiares. John Davis concorda que os pais tendem a reclamar que os filhos não conquistaram a riqueza que desfrutam, mas, esses mesmos pais tendem também, a relutar em estabelecer limites para os gastos. Esse tema, que John Davis chama de lei natural para a extinção da empresa, é recorrente e importante. É fato que, nas famílias bem-sucedidas, em que o negócio sustenta a vida, geralmente, a riqueza começa a ser produzida pela primeira geração, que luta para conquistá-la, é desfrutada pela segunda, que, por não ter aprendido a trabalhar para manter a riqueza e nem valorizar o esforço por conquistá-la, acaba por promover o declínio apresentado na terceira geração, ressentida pelas perdas de status e riqueza. É a máxima expressão do “ pai rico, filho nobre, neto pobre”. No Brasil temos muitos exemplos desse fenômeno. Em nossa região a maioria dos negócios locais são familiares. A riqueza surge rapidamente em uma região que se expande e que está em processo de crescimento. Temos pequenas cidades de litoral que vivenciam grandes negócios corporativos. Isso proporciona uma percepção de riqueza equivocada nos jovens filhos. Temos sofisticação, luxo, glamour em região com pouca cultura e intelectualidade. A riqueza provém de negócios relacionados á pesca e ás indústrias do interior. No litoral, famílias que trabalham muito no interior e enriquecem, desfrutam. Ocorre que, os pais trabalham e os filhos desfrutam. É comum os filhos não serem exigidos para o trabalho. É um movimento inconsciente dos pais que tendem a não querer que os filhos tenham as mesmas dificuldades que eles para viver bem. Dessa forma proporcionam as melhores escolas, vestuário, carros, viagens, tudo o que o dinheiro pode pagar. Mas, esquecem de forjá-los no trabalho duro, nos valores de família, na compreensão de uma vida de renuncia, limites, para conquistar riqueza. Sem perceber, os pais criam os piores concorrentes e escrevem a história da empresa, ás avessas. Pensem nisso!

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